Na praça, os troncos das árvores estão pelados, cinzentos. As folhas se soltam dos galhos: chuva seca em câmera lenta. O sol bate timidamente, aquecendo o frio invernal. Meu cachorro velho passeia nesse cenário… Fareja o chão…distraído, e às vezes se detém em um ponto rasteiro e cuidadosamente mete o focinho por entre o mato e o tapete de folhas secas, tentando aplacar sua fome infinita. Eu-triste… Permaneço sentada, já meu cachorro perambula absorvido pelo instinto – “livre” com sua coleira – e de tempos em tempos me olha para garantir que ainda permaneço ali. No mesmo lugar: parada-enraizada, privada de qualquer movimento- como as velhas árvores mudas da praça.