Nota de uma leitora sensível

Carlos Drumond de Andrade é 

um grande poeta e 

um grande filha da puta.

Ao ler seu poema: “ Os últimos dias”

Desatei a chorar:

Soco no estomago da verdade

Tão escancarada.

Segue o poema:

“Que a terra há de comer. 

Mas não coma já.
Ainda se mova,

para o ofìcio e a posse.
E veja alguns sitios antigos, outros inéditos.
Sinta frio, calor, cansaço;

pare um momento; continue.
Descubra em seu movimento forças não sabidas,

contatos.
O prazer de estender-se;

o de enrolar-se, ficar inerte.
Prazer de balanço,

prazer de voo.
Prazer de ouvir música;

sobre papel deixar que a mão deslize.
Irredutivel prazer dos olhos;

certas cores: como se desfazem,

como aderem;certos objetos,

diferentes a uma luz nova. “

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